Uma dor lancinante nos ossos
um amargor na língua
um desânimo aterrador
um grito engolido a duras penas
maças do rosto vermelhas
que silêncio mais opressor e expressivo
Ninguém o escuta
com suas milhares de palavras
e soluços incontidos
Com seu peso de morte
que esmaga aos poucos
apodrecendo as carnes
E quando já não faz mais sentido ouví-lo
ele explode em lágrimas
quentes, salgadas
lavando esta e outras mágoas
acumuladas
como bem cabe aos bons de memória
e fracos de atitude
E quando a autopiedade esvazia-se
e se ouve um ruído qualquer
Nasce um sorriso fraco e débil
quase circense